terça-feira, 12 de janeiro de 2010

a ausência de um referendo abre uma «ferida democrática»

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O porta-voz da Conferência Episcopal considera que a aprovação da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo pelo Governo e pelo Parlamento foi uma precipitação e que a ausência de um referendo sobre a matéria abre uma «ferida democrática».

«Eu acho que esta precipitação, pondo de lado o pedido de cerca de uma centena de milhar de cidadãos, e sobretudo em tão pouco tempo, belisca a qualidade da democracia», afirmou o padre Manuel Morujão no final de um Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que se realizou em Fátima.

O porta-voz da CEP disse existir agora «uma certa ferida democrática em consequência de ter havido uma movimentação tão rápida de cidadãos», através da Plataforma Cidadania e Casamento, que «em pouquíssimas semanas se dinamizou a ponto de recolher quase uma centena de milhar de assinaturas para que pudesse haver um referendo» sobre o casamento homossexual, solicitação no entanto rejeitada pela maioria dos deputados.

Manuel Morujão considerou que não se podem fazer referendos por qualquer motivo, mas acrescentou: «Mas se não se considera a possibilidade de um referendo numa questão tão profunda e delicada como é a estrutura familiar baseada no casamento entre um homem e uma mulher, pergunta-se se haverá alguma vez razão para promover um referendo».

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«Há um rebate de consciência e vêem que as crianças não podem ser prejudicadas com este tipo de casamento», apontou, reiterando que «a Igreja está radicalmente contra a possibilidade de adopção» por casais homossexuais.

O que os bispos esperavam era que «houvesse medidas de protecção à família, para que os casais possam ter os filhos que desejam ter, para que a saúde, a educação, o emprego sejam protegidos e não debilitada a estrutura da família», disse.